segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Zoo liberta gaviões e falcões vítimas de maus-tratos...


Depois de 8 meses de treinamento e reabilitação no Zoológico de Niterói, dois gaviões e quatro falcões ganharam a liberdade nesta sexta-feira (6). Eles foram soltas na Lagoa de Itaipu e na Serra da Tiririca, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. As aves, dois gaviões-de-cauda-curta e quatro carcarás, fazem parte do Projeto Voar e chegaram ao zoológico após serem apreendidas em operações ou resgatadas em domicílios. Elas estavam maltratadas, com ferimentos na asa, no bico ou na pata, e precisaram reaprender a caçar. “Alguns tiveram que passar por uma alimentação forçada. Colocávamos a comida dentro do bico. Tem gente que pega e não sabe criar. Outros animais que chegam ao zoológico têm as asas cortadas com o cerol da pipa ou são atropelados”, explica o biólogo Saulo Toledo. Segundo ele, as aves estavam com a musculatura comprometida. “Elas ficaram em recinto pequeno muito tempo e isso atrofia a musculatura da asa. Mas isso é reversível. É só colocar num ambiente grande. Então, as aves foram colocadas num viveiro grande, com quatro poleiros, destinado à reabilitação. O local tem 18 metros de comprimento por 3 de altura e 3 de largura".

Alimentação: pequenos animais vivos
Saulo garante que os animais estão aptos à sobreviver sozinhos. “Eles não foram criados de filhotes em cativeiro. Então, já sabem caçar. Só tiveram que relembrar”. A alimentação inclui pequenos animais vivos, como camundongos, codornas e répteis. “Apesar de caçar também, o carcará é oportunista e se alimenta até de animais em decomposição, como resto de peixes. Já o gavião-de-cauda-curta é mais predador e só come coisa morta se não conseguir comida. Ele saqueia ninhos de passarinhos, mas também come ratos”. O especialista conta que, após serem resgatadas, algumas aves não reconheceram de imediato suas presas. “Teve um carcará que ficou muito tempo em cativeiro. Então, a primeira vez que coloquei um rato vivo no viveiro, ele ficou com medo. Um rato chegou a morder a pata da ave”. Ele explica também que, ao contrário do que se pensa, as aves não são perigosas. “Eles não atacam à toa. Nenhum deles é perigoso se você não mexer. Eles só atacam quando se sentem acuados e, se você tentar pegá-los, eles vão se defender com as garras e o bico. Na época de reprodução, alguns fazem ninhos em áreas urbanas e aí podem atacar as pessoas para defender seu território”. Além das aves, duas jiboias jovens resgatadas por bombeiros na região de Itaipu também foram soltas nesta sexta na Serra da Tiririca. Essas,diferentemente das aves, não estavam machucadas e ficaram apenas duas semanas no zoológico, onde passaram por exames.

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