Pesquisa do Instituto Biológico de São Paulo realizada pela primeira vez em 2007 e retomada neste ano revela que entre 150 casas investigadas no bairro da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, 78% são frequentadas por formigas. "Não é uma invasão, mas uma praga que vem aumentando por causa da urbanização e pode ser um risco para a família", diz a pesquisadora científica da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas, Ana Eugência de Carvalho Campos.
A pesquisadora conta que as casas paulistanas são frequentadas por quatro tipos básicos de formigas: a fantasma, a louca, a carpinteira e a lavapés - a mais perigosa. "As espécies permanecem. É interessante que um tipo de formiga desloca outro, mesmo que o proprietário não tenha feito nada", afirma.
Segundo ela, a mais comum em São Paulo é a formiga fantasma, pequena e transparente e que aparece sempre dentro dos açucareiros. "Outra muito comum é a formiga louca, que dá volta em torno do próprio corpo", explica. Ela cita ainda, em terceiro lugar, a carpinteira, que tem tamanho maior, cor amarelada e hábitos noturnos.
"Uma quarta espécie que a gente encontrou, mais fora de casa, é a formiga lava-pés, cuja picada dói muito. Ela pode provocar alergia e já existe registro de casos letais provocados pela picada da lava-pés", disse Maria Eugênia.
Foto: Divulgação
A bióloga Ana Eugênia, pesquisadora científica da unidade de referência em pragas urbanas do Instituto Biológico (Foto: Divulgação)
Os pesquisadores ampliam investigação para saber se outros pontos da cidade têm casas com a mesma concentração de formigas. "Vamos repetir o trabalho nessas mesmas casas e avaliar também um bairro bem diferente da urbanização da Vila Mariana. Queremos saber se as formigas são as mesmas e se o número de casas infestadas é o mesmo", disse. Baseada no número de consultas que chegam ao instituto, Maria Eugênia afirma que todas as cidades brasileiras têm problemas com infestação de formigas. "O número de pessoas que nos procura é imenso. É um problema comum de Norte a Sul do país", afirma a bióloga especialista em formigas. Incômodos Maria Eugênia afirma que algumas espécies infestam alimentos e outras podem invadir equipamentos eletrônicos. Também podem dar picadas capazes de provocar de alergia a choque anafilático. Formigas também podem servir como transporte para bactérias no corpo. Nas casas, elas passam pelo lixo antes de transitar sobre alimentos. Em hospitais, onde as pessoas estão com sistema imunológico mais frágil, o problema é ainda maior, porque os insetos que carregam bactérias resistentes frequentam inclusive centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva.
Os benefícios Formigas são eficientes predadoras de outras pragas, ajudam a aerar e adubar o solo, podar árvores e até cultivar sementes. "Se tirar a formiga do mundo, o mundo acaba", diz a professora.
Truques
Para manter as formigas longe de casa, o proprietário deve manter o ambiente limpo, o que não quer dizer que casa limpa não tenha formiga. Formigas têm excelente olfato e não gostam do cheiro do cravo-da-índia, folha de louro ou de tangerina. Colocar as especiarias no armário ajuda a afastá-las, mas a troca deve ocorrer dentro de duas semanas antes que o cravo perca o cheiro. Para controlar as formigas, é possível usar uma solução de água com detergente de lavar louça. "Você faz uma mistura em partes iguais, uma de água e outra de detergente e coloca em uma seringa. Toda vez que uma formiga entrar em um buraquinho da parede, basta jogar a solução até transbordar. As formigas fazem ninho nessas cavidades. Não pode fazer uma vez só [a aplicação], tem que ser sistemático." Também é possível usar iscas, que levadas para dentro da colônia, provocam a morte coletiva. A pessoa deve observar se a formiga está levando a isca. "A formiga pode, em alguns casos, perceber que há veneno na isca. Aí tem de trocar de marca. As formigas são insetos sociais e se perceberem que algo está fazendo mal para a colônia, param na hora." Sem inseticida As formigas urbanas têm várias rainhas. Quando uma colônia se sente ameaçada, ela divide as rainhas em vários pontos. A formiga que transita pelas casas representa apenas 10% da colônia. Por isso, ao jogar inseticida em uma delas, assusta-se as outras 90% que se dividem em três ou quatro outras colônias.
A pesquisadora conta que as casas paulistanas são frequentadas por quatro tipos básicos de formigas: a fantasma, a louca, a carpinteira e a lavapés - a mais perigosa. "As espécies permanecem. É interessante que um tipo de formiga desloca outro, mesmo que o proprietário não tenha feito nada", afirma.
Segundo ela, a mais comum em São Paulo é a formiga fantasma, pequena e transparente e que aparece sempre dentro dos açucareiros. "Outra muito comum é a formiga louca, que dá volta em torno do próprio corpo", explica. Ela cita ainda, em terceiro lugar, a carpinteira, que tem tamanho maior, cor amarelada e hábitos noturnos.
"Uma quarta espécie que a gente encontrou, mais fora de casa, é a formiga lava-pés, cuja picada dói muito. Ela pode provocar alergia e já existe registro de casos letais provocados pela picada da lava-pés", disse Maria Eugênia.
Foto: Divulgação
A bióloga Ana Eugênia, pesquisadora científica da unidade de referência em pragas urbanas do Instituto Biológico (Foto: Divulgação)
Os pesquisadores ampliam investigação para saber se outros pontos da cidade têm casas com a mesma concentração de formigas. "Vamos repetir o trabalho nessas mesmas casas e avaliar também um bairro bem diferente da urbanização da Vila Mariana. Queremos saber se as formigas são as mesmas e se o número de casas infestadas é o mesmo", disse. Baseada no número de consultas que chegam ao instituto, Maria Eugênia afirma que todas as cidades brasileiras têm problemas com infestação de formigas. "O número de pessoas que nos procura é imenso. É um problema comum de Norte a Sul do país", afirma a bióloga especialista em formigas. Incômodos Maria Eugênia afirma que algumas espécies infestam alimentos e outras podem invadir equipamentos eletrônicos. Também podem dar picadas capazes de provocar de alergia a choque anafilático. Formigas também podem servir como transporte para bactérias no corpo. Nas casas, elas passam pelo lixo antes de transitar sobre alimentos. Em hospitais, onde as pessoas estão com sistema imunológico mais frágil, o problema é ainda maior, porque os insetos que carregam bactérias resistentes frequentam inclusive centros cirúrgicos e unidades de terapia intensiva.
Os benefícios Formigas são eficientes predadoras de outras pragas, ajudam a aerar e adubar o solo, podar árvores e até cultivar sementes. "Se tirar a formiga do mundo, o mundo acaba", diz a professora.
Truques
Para manter as formigas longe de casa, o proprietário deve manter o ambiente limpo, o que não quer dizer que casa limpa não tenha formiga. Formigas têm excelente olfato e não gostam do cheiro do cravo-da-índia, folha de louro ou de tangerina. Colocar as especiarias no armário ajuda a afastá-las, mas a troca deve ocorrer dentro de duas semanas antes que o cravo perca o cheiro. Para controlar as formigas, é possível usar uma solução de água com detergente de lavar louça. "Você faz uma mistura em partes iguais, uma de água e outra de detergente e coloca em uma seringa. Toda vez que uma formiga entrar em um buraquinho da parede, basta jogar a solução até transbordar. As formigas fazem ninho nessas cavidades. Não pode fazer uma vez só [a aplicação], tem que ser sistemático." Também é possível usar iscas, que levadas para dentro da colônia, provocam a morte coletiva. A pessoa deve observar se a formiga está levando a isca. "A formiga pode, em alguns casos, perceber que há veneno na isca. Aí tem de trocar de marca. As formigas são insetos sociais e se perceberem que algo está fazendo mal para a colônia, param na hora." Sem inseticida As formigas urbanas têm várias rainhas. Quando uma colônia se sente ameaçada, ela divide as rainhas em vários pontos. A formiga que transita pelas casas representa apenas 10% da colônia. Por isso, ao jogar inseticida em uma delas, assusta-se as outras 90% que se dividem em três ou quatro outras colônias.
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